20 de mar. de 2012

CASCATINHA E INHANA


PLAYLIST :  Ouça aqui os melhores sucessos de Cascatinha e Inhana

                                                 




CASCATINHA
Francisco dos Santos - Araraquara, 20/04/1919 - São José do Rio Preto, 14/03/1996.
Por que o apelido de  "Cascatinha  ?
Segundo Francisco dos Santos, "o Cascatinha", foi seu apelido na juventude era justamente "Cascatinha"que vem de quando Francisco morou na Fazenda Cascata, localizada no município de Garça-SP Segundo palavras do próprio Cascatinha ao famoso apresentador Moraes Sarmento, seu nome artístico foi herança de infância, quando então fugia das aulas do colégio em Garça/SP e ia se banhar na cachoeira conhecida como Cascatinha.
Além do apelido "Cascatinha" ele também era conhecido no meio escolar por "Chico Bandido", em razão das brincadeiras de bandido e ladrão com os demais amigos de infância.


INHANA
Ana Eufrosina da Silva (Araras, 28/03/1923 - São Paulo, 11/06/1981)
Porque o apelido de Inhana?
"inhá" era uma forma de tratamento de respeito dado às mulheres, daí Inhana.
Cascatinha teve a idéia de batizar Ana de “INHANA”, para  ter um som mais de interior, mais caipira. 



CASCATINHA E INHANA
Francisco dos Santos já tocava bateria e violão e se apresentava cantando modinhas, canções e valsas românticas. Quando da chegada do circo Nova Iorque no município de Araraquara, Francisco conheceu o cantor Chopp e resolveu formar dupla com ele.  A dupla Chopp e Cascatinha se apresentava em circos.

Natalício Femino dos Santos -Paraibano  tinha o apelido de CHOPE (de chopp) e Francisco o apelido de CASCATINHA, que era o nome de uma cerveja bem conhecida e popular na época, sendo a preferida de Noel Rosa.

Cascatinha aproveitou seu apelido que era também o nome de uma bebida e juntou com seu parceiro Chopp.

Por essa época, Ana Eufrosina se apresentava como solista em um conjunto formado por seus irmãos.
Ela, morava ali e cantava nesta praça com o serviço de alto-falante, junto com sua irmã, Maria das Dores.

Francisco e Ana se conheceram e casaram em 1941.
Formou-se então o Trio Esmeralda, com Chopp, Cascatinha e Inhana. 
O Trio Esmeralda viajou para o Rio de Janeiro obtendo relativo sucesso.
Receberam prêmios nos programas César Ladeira na Rádio Mayrink Veiga, Manuel Barcelos e "Papel carbono", este de Renato Murce, ambos na Rádio Nacional.

Em 1942 o Trio se desfez com a saída de Chopp.
No Rio, houve um desentendimento sério entre CHOPE & CASCATINHA, e Chope resolve abandonar o trio e voltar para São Paulo.

O problema é que eles tinham um show marcado para aquela noite em Volta Redonda, e não poderiam se apresentar mais como trio.
Então Cascatinha tem a idéia de batizar Ana de “INHANA”, para  ter um som mais de interior, mais caipira. Assim, surgiu a dupla CASCATINHA & INHANA.

Cascatinha e Inhana ingressaram então no Circo Estrela D'Alva, com o qual fizeram excursão pelo interior dos estados do Rio e de São Paulo, para onde retornaram.

Em São Paulo continuaram a atuar em diversos circos, tendo permanecido por cinco anos no Circo Imperial.

Em 1947 se apresentaram na Bauru Rádio Clube, que primeiro apresentou a nova dupla em rádios, nos programas "Luar do sertão" e "Cirquinho do Benjamim".

Em 1948, passaram a atuar na Rádio América em São Paulo.

Em 1950, foram contratados pela Rádio Record onde permaneceram atuando por doze anos.
Foi neste período da Rádio Record que CASCATINHA & INHANA ganharam o apelido que carregaram para sempre: OS SABIÁS DO SERTÃO.
Em 1951, estrearam em disco pela Todamérica cantando a canção "La paloma", de Iradier e Pedro Almeida, e a toada brejeira "Fonteiriça", de José Fortuna, um dos compositores favoritos de Cascatinha.

Em 1952, gravaram aqueles que seriam dois de seus maiores sucessos, assim como da própria MPB.
Eram a canção "Meu primeiro amor" de H. Gimenez com versão de José Fortuna e Pinheirinho Jr., e a guarânia "Índia" de J. Flores e M. Guerrero, com versão de José Fortuna.


A guarânia "Índia" vendeu 300 mil cópias em seu primeiro ano de lançamento e até a segunda metade dos anos 1990 vendeu mais de três milhões de discos.
"Índia" mereceu ainda diversas gravações ao longo do tempo como as de Dilermano Reis ao violão, Carlos Lombardi, Trio Cristas e Valdir Calmon e sua orquestra.

Em 1973 Gal Costa regravou "Índia", que deu nome a seu LP daquele ano e que obteve grande sucesso.

Cascatinha e Inhana receberam em 1951 e 1953 o Prêmio Roquette Pinto. Em 1953, gravaram a toada "Mulher rendeira" tema folclórico com arranjo de João de Barro.

Em 1954, receberam a medalha de ouro da revista "Equipe" e ganharam o slogan de "Os sabiás do sertão", devido aos recursos vocais e às agradáveis nuances desenvolvidos pela dupla.

Em 1953, continuando a trajetória de sucessos, lançaram as guarânias "Assunción", de José Fortuna e Federico Riera, e "Flor serrana", de Daniel Salinas e José Fortuna.

A partir dessa época, seus nomes estiveram ligados à música paraguaia.

Fizeram muito sucesso, foram muito premiados, e chegaram a ganhar 3 ROQUETE PINTO, em 1951, 1953 e 1954.

Em 1955, estiveram no filme "Carnaval em lá maior", de Ademar Gonzaga, onde cantaram "Meu primeiro amor", outro grande sucesso.

No mesmo ano gravaram o bolero "Queira-me muito", de G. Reig e Serafim Costa Almeida, e o rasqueado "Iracema", de Mário Zan e Nhô Pai.

Outra gravação do mesmo ano e que fez muito sucesso foi a toada "Despertar do sertão", de Pádua Muniz e Elpídio dos Santos.

Em 1956, lançaram mais um disco com versões de compositores paraguaios: a canção "Recordações de Ipacaraí", de D. Ortiz e Z. de Mirkim, com versão de Juraci Rago, e a guarânia "Noites do Paraguai", de S. Aguayo e P. J. Carles com versão de Nogueira Santos.

Em 1957, lançaram entre outras, a valsa "Santa Cecília", de Ado Benatti e Carlos Piazolli, e a toada "Tropeiro gaúcho", de Cascatinha e Bolinha.

Em 1959, lançaram outro de seus maiores sucessos, a guarânia "Colcha de retalhos", de Raul Torres. No mesmo ano, Cascatinha foi promovido a diretor artístico da Todamérica, descobrindo vários talentos. Ainda em 1959, Cascatinha e Inhana gravaram "Rede de taboa", de Elpídeo dos Santos.

Em 1960, gravaram os boleros "Quero-te", de Jolmagn, e "Mal pagadora", de L. Valdez Leal e José Fortuna.

Em 1962, lançaram a canção rancheira "Coração incerto", de Nico Jimenez e J. Santana, e o rasqueado "Fui culpado", de Zacarias Mourão e Sebastião Vitto.

Em 1963, lançaram a guarânia "Fujo de ti" de Waldick Soriano e Jorge Gonçalves, e o rasqueado "Felicidade", de Barrinha.

Em 1967, lançaram LP com destaque para "Vinte e cinco anos", de Nonô Basílio, "O menino do circo", de Eli Camargo, "Flor do cafezal", de Carlos Paraná e "A estrela que surgiu", de Zacarias Mourão e Mário Albanesi.

Em 1970, lançaram "Amor eterno", de Alfredo Borba e Edson Borges, "Se tu voltasses", de Cascatinha e Carijó, "Como que te quero", de Alberto Conde e Nilza Nunes, e "Castigo", de Marciano Marques de Oliveira.

Em 1972, alcançaram sucesso com "Olhos tristonhos", de Dora Moreno.

Em 1978, apresentaram no Teatro Alfredo Mesquita em São Paulo espetáculo "India"  no qual contavam sua trajetória artística.

Ao longo da carreira apresentaram-se em diversos estados brasileiros, cantaram em circos, teatros e gravaram cerca de 30 discos.

Em junho de 1981, quando fariam um show no Maracanã, para comemorar tantos anos de casamento e carreira musical, Inhana tem um ataque cardíaco aos 57 anos. 
Ganharam 6 DISCOS DE OURO, o que significava muito para época , e principalmente tendo-se em mente também o gênero musical.
Não era comum cantores de música sertaneja (sertão do Brasil), e não sertão de Nashville, nos Estados Unidos,   venderem tanto e receberem tantos prêmios e ganharem tantas capas de revista como nossa dupla ganhou.
Inhana morreu (Ana Eufrosina da Silva)  em  11 de junho de 1981. Passou mal em um salão de beleza quando se preparava para comemorar o dia dos namorados. Faleceu no Hospital Leão XIII em SP.
Seu marido continuou a se apresentar sozinho nas cidades de Votuporanga, em São José dos Campos e região, até a sua morte em 14 de março de 1996, vítima de uma cirrose hepática, no hospital Beneficência Portuguesa.


Cascatinha também chegou a lançar no ano seguinte ao falecimento de Inhana o LP "Canto com Saudade". E também participou de uma gravação de “Flor do Cafezal” (Luís Carlos Paraná) juntamente com Rolando Boldrin em 1982, pela RGE (hoje Som Livre).
Em 1996, a Chantecler, dentro da série "Dose dupla", lançou o CD "Cascatinha e Inhana", com 23 composições gravadas pela dupla, entre as quais, "Índia", "Solidão", "Meu primeiro amor" e "Colcha de retalhos".


CRONOLOGIADOS DE SUAS MÚSICAS:
1951 - La Paloma
1952 - Meu Primeiro Amor (Lejania)
1952 - Índia
1953 - Mulher Rendeira
1955 - Queira-me Muito
1955 - Iracema
1956 - Recordações de Ypacaraí
1958 - Frô do Ipê
1958 - Casinha Pequenina
1959 - Colcha de Retalhos
1965 - A Lua é Testemunha
1966 - Vai com Deus (Vaya con Dios)
1968 - Anahy
1968 - Mulher Fingida (La Mujer Ladina)
1970 - Louco Amor
1971 - Mal de Amor
1972 - O Menino e o Circo
1973 - Flor do Cafezal
1974 - Se Eu Partir
1975 - Cruz de Ouro
1976 - No Silêncio da Noite
1977 - Dois Corações
1977 - Não me censures
1977 - Um novo amanhã
1980 - Cigarra Vadia

DISCOGRAFIA
Triste destino/Ingratidão • Continental (1998)
Os sabiás do sertão • RGE (1996)
Dose dupla • Chantecler (1995)
Índia vol 1 • Revivendo (1995)
Meu primeiro amor vol. 2 • Revivendo (1978)
Cascatinha e Inhana. Casinha pequenina • RGE-Fermata (1977)
Dois Corações . Chantecler (1972)
Olhos tristonhos • Continental (1970)
Dueto de amor • Chantecler (1967)
Vinte e cinco anos • RCA CAMDEN (1962)
Coração incerto/Fui culpado • Continental (1962)
Não me abandones/Saudade amarga • Continental (1962)
Só Deus sabe/Que bom seria • Continental (1962)
Fujo de ti/Felicidade • Continental (1961)
Sou inocente/Teu fracasso • Continental (1961)
Colcha de cetim/Cantar não é pecado • Continental (1961)
Eunice/Mato grossense • Continental (1960)
Seu aniversário/Bombachudo • Todamérica (1960)
Dona do meu coração/Rede de tabua • Todamérica (1960)
Quero-te/Mau pagadora • Todamérica (1960)
Noite de lua/Ave sem ninho • Todamérica (1959)
Namorados/Sem ela • Todamérica (1959)
Quero beijar-te as mãos/Casinha de carandá • Todamérica (1958)
Exilado/Longe dos olhos • Todamérica (1958)
Minha mágoa/A rosa e a formiga • Todamérica (1958)
Triste caboclo/Guacira • Todamérica (1958)
Minhas lágrimas/Lencinho de renda • Todamérica (1958)
Colcha de retalhos/Nossa noite • Todamérica (1957)
Triste destino/Ingratidão • Todamérica (1957)
Santa Cecília/Tropeiro gaúcho • Todamérica (1956)
Paraguayta/Ela • Continental (1956)
Lar destruído/Retrato de mãe • Todamérica (1956)
Recordações de Ipacaraí/Noites do Paraguai • Todamérica (1955)
Queira-me muito/Iracema • Todamérica (1955)
Desilusão/Despertar do sertão • Todamérica (1954)
Guaraçaí/A sombra de outra • Todamérica (1954)
Com DeuS/Deixa o pinho soluçar • Todamérica (1953)
Assunción/Flor serrana • Todamérica (1953)
Mulher rendeira/A saudade é demais • Todamérica (1953)
Solidão/Recordando • Todamérica (1953)
Terra de Anchieta/Caçador de esmeraldas • Todamérica (1952)
Índia/Meu primeiro amor • Todamérica (1952)
Brasil/Não te quero mais • Todamérica (1952)
Ave Maria do sertão/Fiz prá você • Todamérica (1951)
La paloma/Fronteiriça •

Fontes:
- Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. 
- Ligações externasDicionário MPB
- http://www.boamusicaricardinho.com/
-http://roberto-musikal.blogspot.com.br